Por CPT Goiás
Famílias da Área 3 do Acampamento Dom Tomás Balduíno relataram que na última quarta-feira, 23, uma pessoa desconhecida esteve na área anunciando ter sido encaminhada pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do município de Formosa (GO) e afirmando ter o direito de se acampar também no local. Sem apresentar nenhum documento que comprovasse seu vínculo com o CRAS, a pessoa disse ainda que retornaria no dia seguinte com mais 40 pessoas que também se integrariam ao acampamento.
A CPT Goiás entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social de Formosa (GO) que, por meio de sua Assessoria de Comunicação, afirmou categoricamente que o CRAS não encaminhou nenhuma pessoa ou família para o acampamento e que qualquer cidadão que use o nome instituição para tentar ter acesso ao local o faz de forma indevida.
A coordenação do CRAS informou que acompanha as famílias acampadas na Fazenda Cangalha, com equipes sempre formalmente identificadas, e que a instituição não possui atribuição para encaminhar qualquer pessoa para habitar um imóvel, sendo inverídico o que foi afirmado pela pessoa que esteve na área.
Essa não é a primeira vez que ocorre algo desta natureza no acampamento da Fazenda Cangalha. Segundo relatos das famílias, há alguns meses, um ex-gerente da fazenda (funcionário dos herdeiros da fazenda) ameaçou levar outras famílias que não fazem parte do acampamento para morar no local.
Nos últimos dois anos, as famílias do Acampamento do Dom Tomás Balduino vêm sofrendo diversas formas de ataque e ameaças. O grupo aguarda ações do INCRA para concretizar os acordos feitos com famílias e fazendeiros para transformar parte da fazenda em um assentamento de reforma agrária, garantindo seu legítimo direito de acesso à terra.
Entenda o caso:
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