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Vídeos difundem notícias falsas sobre movimentos do campo para influenciar eleitores de Goiás

A Comissão Pastoral da Terra Regional Goiás denuncia a difusão de grande volume de informações falsas sobre movimentos sociais do campo às vésperas do primeiro turno e início do segundo turno das eleições, em tentativa de criminalizá-los e de criar ambiente de medo entre a população.

Desde o último sábado, 1°, véspera das eleições, vídeos circulam em redes sociais no interior de Goiás divulgando notícias falsas para criminalizar movimentos sociais do campo e influenciar eleitores. Imagens descontextualizadas são usadas para acusar falsamente o Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) de ocupar terras produtivas, descrevendo ações ilegais e suposta ameaça generalizada à propriedade privada como consequências de uma possível vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições presidenciais.

Um dos vídeos mostra um pequeno grupo de pessoas em uma das fazendas de Abib Miguel, em São João d’Aliança (GO). Segundo investigações, a fazenda foi comprada para lavar o dinheiro roubado na época em que ele era diretor da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP), conforme divulgado amplamente pela imprensa.

Segundo relatos de moradores da região, não houve nenhuma ocupação na área nos últimos meses, tampouco no último final de semana. A narração do vídeo, no entanto, demonstra a intenção de desinformar:

“Dia 02 de outubro de 2022 e o Brasil já dá sinais da volta do PT ao governo federal. O MST acaba de invadir uma propriedade privada no município de São João da Aliança, com foices e machados. Invadiram nessa madrugada uma propriedade produtiva de mais de 1200 hectares”.

Segundo relatos, a fazenda, mesmo em vias de ir a leilão judicial, está arrendada para terceiros e já foi ocupada anteriormente por grupos locais que a reivindicavam para reforma agrária. Estes grupos não fazem parte do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) e nem realizaram nenhuma ocupação nos últimos meses.

Saiba mais sobre as fazendas compradas com dinheiro ilícito em São João d’Aliança:
Diários Secretos: defesa de Bibinho não consegue anulação de condenações na Justiça | Paraná | G1 (globo.com)
Fazenda de Bibinho, ex-diretor da Alep, é invadida por sem-terra em Goiás (gazetadopovo.com.br)

Polícia Militar retira familias de fazenda, em São João d’Aliança. – O VETOR

Mais vídeos atribuem ao MST ações de grupos não identificados

Outros vídeos atribuindo ao MST supostas ocupações de terra nos últimos dias, em diferentes regiões de Goiás, estão circulando em redes sociais do interior do estado, sempre relacionando situações ilegais ao movimento e à possível vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) nas urnas. Em nenhum deles as pessoas aparecem com camisetas, bonés ou bandeiras do movimento, característica visual e identitária marcante de suas ações.

A CPT Goiás reitera que a atuação dos movimentos sociais do campo sempre esteve amparada pela legislação brasileira, que versa sobre a Reforma Agrária, sobretudo em relação a dar função social a terras improdutivas e á destinação de fazendas adquiridas por meio do desvio do dinheiro público para fins de interesse social. 

Criar e/ou divulgar notícias falsas pode caracterizar crime de calúnia e/ou difamação, segundo o Artigo 138 do Código Penal brasileiro, com penas previstas de três meses a dois anos de prisão. É, portanto, um dever de toda pessoa honesta e de todo Cristão combater este tipo de situação.

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