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Na Bélgica, CPT Goiás denuncia impacto negativo do agronegócio latifundiário e da mineração sobre comunidades camponesas do estado

Agenda de debates em Bruxelas e outras províncias belgas busca sensibilizar a comunidade européia a respeito das ameaças vivenciadas por camponeses e quilombolas do estado de Goiás

A Comissão Pastoral da Terra – Regional Goiás (CPT Goiás), juntamente com uma representante das comunidades camponesas por ela acompanhadas, e a Articulação Agro é Fogo participam de agenda de debates e trocas de experiências em várias províncias da Bélgica, com início em 12 de março.

As atividades fazem parte da Campanha Quaresmal da entidade católica belga Entraide e Fraternité, organização de cooperação internacional, parceira histórica da CPT Goiás, que apoia organizações de países em desenvolvimento com objetivo de reduzir as desigualdades locais e lutar contra a injustiça social ao redor do mundo.

Com o tema, “Brasil: a terra é a vida! Eles e elas resistem para existir!”, a campanha, que desde 2014 não abordava problemas da realidade brasileira, trata este ano das graves consequências da expansão da fronteira agrícola do agronegócio latifundiário e da mineração no Brasil, que ocorre em parte para abastecer o mercado europeu. Segundo estudo que será apresentado na campanha, o Brasil é o maior fornecedor de matérias-primas do mundo e a UE é o seu segundo maior parceiro comercial.

A partir de depoimentos dos visitantes brasileiros, a entidade belga levará, à sociedade civil e às autoridades do país, informações sobre o acelerado processo de devastação do bioma Cerrado que está em curso – bioma “berço das águas” do Brasil – e as graves consequências ambientais e sociais decorrentes desta destruição.

Este processo culmina no agravamento das violências e ameaças contra comunidades acampadas e assentadas da reforma agrária, comunidades quilombolas e de pequenos proprietários que resistem para permanecer em seus territórios, produzindo alimentos de maneira saudável.

Participam da campanha na Bélgica Saulo Reis, da CPT Goiás, Bárbara dias, da Articulação Agro é Fogo, e agricultora Maria Moreira, representante das comunidades acompanhadas pela CPT Goiás e dirigente do Setor de Produção do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra de Goiás (MST-GO).

Juntamente com a Entraide & Fraternité, o grupo irá incidir na Bélgica irá incidir na Bélgica por reparação de danos causados por empresas europeias à comunidades no Brasil e pela não assinatura do Acordo Brasil-União Europeia. Estudo organizado e publicado pela entidade, em parceria com a Articulação Agro é Fogo e Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta para um cenário ainda mais grave de destruição e violência, caso o acordo seja assinado.

Acesse o estudo completo aqui.


Por CPT Goiás, com colaboração da Articulação Agro é Fogo.

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