Mulheres de comunidades acompanhadas pela CPT Goiás debateram problemas comuns, trocam experiências e planejaram coletivamente ações para superação de desafios
Entre os dias 08 e 10 de dezembro, mulheres de comunidades assentadas e acampadas da Reforma Agrária, Comunidades Quilombolas e comunidades tradicionais acompanhadas pela CPT Goiás se reuniram no III Encontro Estadual de Mulheres do Cerrado, realizado em Goiânia.
Por meio de cenas teatrais, estudos bíblicos e outras leituras, as mulheres puderam vivenciar momentos de reflexão sobre a realidade do campo no Brasil hoje e sobre os desafios comuns e específicos vividos por cada uma na defesa de seus direitos, na de defesa do bioma Cerrado e na construção das condições para sua permanência na terra.
Nas atividades, elas puderam trocar experiências sobre sua organização nas comunidades, abordando temas como produção agroecológica e acesso a políticas públicas para mulheres do campo, como PNAE e PAA. A agroecologia aparece, nessas discussões, como meio de resistência na terra e como caminho para a construção de relações sociais e produtivas baseadas na igualdade de gênero, que valorizam os fazeres e saberes das mulheres na produção familiar.
Outro tema abordado foi a organização coletiva para prevenção e combate à violência contra as mulheres, apontando para a criação de espaços e mecanismos de escuta, acolhimento e atenção coletiva ao problema, tirando-o da invisibilidade e do silenciamento.
Além de espaços para reflexão e planejamento coletivo, o encontro também garantiu momentos de autocuidado, fortalecendo o olhar das mulheres para a importância da vida, da saúde e do bem estar de cada uma.
O encontro foi coordenado pelas mulheres da CPT Goiás, que também se apresentaram com o Grupo de Mulheres Artistas do Cerrado, e teve assessoria de Laura Juanita Lyrio e Julciane Anzilago, do Movimento de Mulheres Camponesas (MCP).
Por Marilia da Silva, com a colaboração da Equipe CPT Goiás e participantes do encontro (Agradecemos o compartilhamento dos registros)
