Em mais um ato de violência do governo estadual contra acampamentos de reforma agrária, famílias sofrem abordagem violenta e são impedidas de acessar suas casas
Por CPT Goiás
Na noite deste sábado, 24, a Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) realizou cerco na estrada do Acampamento Dom Tomás Balduíno, em Formosa (GO), abordando famílias de forma truculenta e até mesmo impedindo que algumas pudessem chegar às suas casas.
O acampamento está entre as comunidades que vêm sofrendo há meses com ações intimidatórias da polícia, que, segundo informações dos próprios militares, cumpre “ordens superiores” para impedir ou coibir famílias que buscam acesso à terra reivindicando a efetivação da lei de reforma agrária.
O Acampamento Dom Tomás Balduíno foi criado a partir de uma negociação do INCRA para adquirir fazendas com o intuito de transformá-las em um assentamento rural, mas o governo Bolsonaro não honrou o acordo feito para a desapropriação, deixando centenas de famílias expostas a diversas formas de violência e privação de direitos.
O grupo de fazendas que, segundo relatos, já pertenceu ao ditador João Batista Figueiredo, acumula dívidas milionárias com três bancos públicos, e está citada em inquéritos por crime ambiental, em curso no Ministério Público.
Só em 2023, as forças policiais do governo do estado já realizaram ações arbitrárias, ou seja, sem ordem judicial, contra 19 acampamentos de reforma agrária em Goiás, impondo o medo em famílias que hoje vivem na terra, produzem alimentos e não têm outro lugar para onde ir.
Ao agir à revelia do que está estabelecido por lei, o modus operandi governo do estado se assemelha ao da União Democrática Ruralista (UDR), que, em décadas passadas, foi acusada de contratar de jagunços para ameaçar e executar pessoas que reivindicavam a reforma agrária em Goiás e no Brasil.