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Crianças de assentamento rural no Município de Baliza (GO) estudam em prédio improvisado e insalubre

Prefeitura municipal autorizou a demolição do antigo prédio há dois anos, mas as obras de construção da nova escola não foram concluídas e estão paradas há 8 meses.

Por CPT Goiás


Crianças da Escola Municipal Bandeirante, localizada no Assentamento Oziel Alves Pereira, na zona rural do município de Baliza (GO), retornaram às aulas na última quarta-feira, 01, em um galpão improvisado, sem condições estruturais mínimas para acolhimento das 92 estudantes matriculadas. Familiares contam que a escola divide espaço com uma oficina mecânica, o que torna o espaço insalubre e coloca em risco a saúde das crianças.

Há dois anos, a prefeitura de Baliza autorizou a demolição do antigo prédio onde funcionava a escola – uma construção histórica, parte da memória da comunidade – para a construção de uma nova estrutura, financiada pelas das empresas SPEs Matrinchã e Guaraciaba Transmissora de Energia S.A como obra social. A construção tinha previsão de conclusão em 10 meses, porém não chegou à fase de acabamento e está parada há mais de 8 meses, sem que a prefeitura solucione a situação de privação de direitos das crianças.

 

O local que abriga atualmente a escola é um antigo galpão agrícola coberto com telhas de zinco, exposto a forte calor, vento, poeira e chuva, além da proximidade de uma oficina mecânica que produz ruído e poluição do ar. Parte do acervo da biblioteca da escola já foi perdido e as crianças convivem com alagamentos neste período de chuvas.

A Escola Municipal Bandeirante atende as crianças dos Assentamentos Oziel Alves Pereira, onde está situada, há cerca de 50 quilômetros da cidade de Baliza, e de outros três assentamentos, Vitório do Nativo, Nova Aliança e Buritizal. Segundo relatos, as famílias também sofrem com as más condições das estradas e problemas no serviço de transporte escolar. Há denúncias ainda sobre a má qualidade nutricional da merenda ofertada.

O vereador Alessandro Alcântra da Silva, também morador do Assentamento Oziel Alves, informou que busca o agendamento de uma audiência com a Promotoria de Justiça de Aragarças para denunciar a situação e pedir providências urgentes para solucionar a questão. 

Em nota publicada na última sexta-feira, 28 de janeiro, a Prefeitura Municipal e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura afirmam que a empresa de engenharia contratada para a obra entrou em recuperação judicial, e que estão tendo dificuldades em contratar outra empresa para dar continuidade à obra.

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