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CONTAG entra com ação no STF para derrubar lei que criminaliza ocupações às margens de rodovias em Goiás

Ação na justiça federal pede ADPF para anular os efeitos da Lei Estadual 22,149/2023, do governo do estado de Goiás

Trabalhadores do campo, por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), protocolaram uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspensão do Lei Estadual N° 22.419/2023, sancionada pelo governador de Goiás no último mês de novembro, que criminaliza ocupações às margens de rodovias no estado de Goiás.  

Caso o Supremo não considere cabível a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), a petição pode ser avaliada como Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). O ministro Gilmar Mendes foi designado como relator da matéria.

O texto apresentado ao STF, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares defende o direito fundamental à manifestação de ideias e opiniões através de movimentos sociais, sendo as ocupações um espaço de reivindicação de políticas públicas pela efetivação do acesso à terra por meio da reforma agrária, destacando a alta concentração de terras no estado de Goiás.

Orlando Luiz da Silva, presidente da Federação dos/as Trabalhadores/as na Agricultura Familiar do Estado de Goiás (FETAEG), instituição que entrou como Amicus Curae no processo, diz que a ação junto ao STF se soma à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada no TJ-GO pelo Partido dos Trabalhadores (PT), também com o objetivo anular os efeitos da Lei Estadual 22.149/2023, atendendo pauta dos movimentos do campo.

“Eu ando neste estado de Goiás inteiro e o que se vê são as empresas avançando com as plantações nas faixas de domínio, até a beira da rodovia, e as cercas das propriedades cada vez mais próxima dos acostamentos, o que pode agravar muito os acidentes. Essas são infrações que o governo precisava observar e ele não observa, não questiona e não proíbe. Porque penalizar neste momento apenas os trabalhadores, que estão somente se organizando em acampamentos para reivindicar que o governo os coloque em um pedaço de terra? Porque o governo não faz um levantamento sobre as terras devolutas do estado e assenta essas famílias com dignidade, para trabalhar e produzir?”, questiona o presidente da FETAEG.

A Comissão Pastoral da Terra Regional Goiás também entrou no processo como Amicus Curae.

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