Atividade teve assessoria de advogados populares e professores e marca o encerramento do mês de maio como mês de mobilizações contra os impactos da mineração na região

Maio segue sendo, para as comunidades atingidas pela mineração em Goiás, um mês simbólico de memória, luta e resistência. Em Catalão e Ouvidor, o histórico de violações provocadas pela atividade mineradora não se apaga — mas é também ali que se fortalece a organização popular e a denúncia das injustiças.
Neste ano, as comunidades lançaram o manifesto Maio: Mês da Luta e da Resistência das Comunidades atingidas pela Mineração, para trazer a público o andamento das lutas contra os impactos da mineração e reafirmar suas bandeiras. O mês foi encerrado com o encontro “Mineração e Violação de Direitos: o fortalecimento da voz das comunidades”, realizado na Comunidade Macaúba, em Catalão.
O espaço reuniu lideranças, militantes e aliados na reafirmação do compromisso coletivo com a justiça socioambiental e a denúncia das múltiplas formas de violência provocadas pelas mineradoras. Foi um momento de escuta, partilha e construção de estratégias que apontam para a continuidade da luta.




As marcas da destruição são visíveis: comunidades tradicionais foram extintas, nascentes secaram, o ar e o solo estão contaminados. Em nome do lucro e da exploração do nióbio e do fosfato, as mineradoras seguem impactando diretamente a saúde, a economia e a cultura das famílias camponesas. Os estrondos das explosões, a poeira do minério e o cheiro de substâncias tóxicas tornaram-se parte do cotidiano de quem resiste — mas não se cala.
As famílias seguem enfrentando o avanço das pilhas de estéril, a escassez de água, a expulsão de seus territórios e a criminalização de lideranças que ousam defender a dignidade e a vida no campo. Que maio permaneça como um tempo de memória ativa, organização popular e esperança teimosa nos territórios do Cerrado.