Com acompanhamento da CPT Goiás e Articulação das CPTs do Cerrado, comunidade elabora instrumento de memória e organização de seus processos de luta
Por CPT Goiás / Fotos: Leila Lemes
No dias 17 e 18 de dezembro, a CPT Goiás e a Articulação das CPTs do Cerrado realizaram o primeiro encontro para elaboração da Cartografia Social do Assentamento Oziel Alves, em Baliza (GO).
Nestes dois dias, as agentes se reuniram com cerca de 20 integrantes da comunidade, que relataram como foi a luta pela conquista e o processo de organização na terra. São 22 anos de história, desde o acampamento por Reforma Agrária até o momento atual.
A Cartografia Social é um exercício de memória e compartilhamento de registros históricos de coletividades, e aborda aspectos sociais, culturais, religiosos, o histórico do acesso à água e as suas condições ao longo do tempo, e também o acesso a políticas públicas.
Grupo reunido no Assentamento Oziel Alves compartilha memórias para Cartografia Social (Fotos: Leila Lemes)
Para o Assentamento Oziel Alves, este trabalho se constitui como um novo caminho para união da comunidade, que tem ao todo 553 famílias divididas em três regiões, e vivenciou dificuldades de organização após a conquista da terra. Neste primeiro encontro, participaram famílias das regiões Caracol e Água Branca, e ainda será definido se o trabalho final irá contemplar as duas regiões juntas.
A expectativa é que, a partir da construção deste mapa, seja possível olhar para os desafios à frente e elaborar cronograma lutas dêem prosseguimento nas reivindicações ao poder público e construções coletivas do grupo. A Articulação do Cerrado irá acompanhar o trabalho de Cartografia Social em uma comunidade de cada estado do bioma. Localmente, os regionais estão fazendo parcerias com universidades e outras organizações para ampliar o número de comunidades atendidas.