Auditores Fiscais do estado de Goiás realizam evento em alusão do Dia da Abolição da Escravidão e denunciam a persistência do trabalho escravo no país. A atividade contou ainda com a exibição do documentário “Servidão”, de Renato Barbieri e mostra fotográfica do auditor fiscal do trabalho e fotógrafo Sérgio Carvalho.
A CPT Goiás participou nesta segunda-feira, dia 13 de maio, do evento “Rompendo Correntes: a escravidão não pode continuar”, realizado pela Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado de Goiás, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-18), em Goiânia.
No evento, equipes do TRT, Ministério Público do Trabalho, forças de segurança e demais óirgãos que compõem as equipes combate ao trabalho escravo contemporâneo em Goiás conclamaram todas instituições presentes a se unirem em ações pela garantia da liberdade e da dignidade de todos os trabalhadores no estado.
No evento, o auditor-fiscal Roberto Mendes apresentou dados sobre as leis de combate ao trabalho escravo contemporâneo e sobre o trabalho das equipes de resgate no Brasil e em Goiás, que em 2023 foi o estado com maior número de trabalhadores/as resgatados/as no país (739), mais de 90% deles/as em atividades rurais.
De acordo com o auditor, o enorme número de pessoas resgatadas em Goiás em 2023 se deve aos esforço das equipes, que enfrentam falta de estrutura, de recursos e de pessoal em suas ações. Em todo o estado, há apenas 37 auditores fiscais na ativa e as equipes de fiscalização só conseguem ir a campo uma vez a cada trimestre.
Desde janeiro, a categoria está em mobilização pelo cumprimento de acordos feitos com o governo federal, que incluem melhorias diversas nas condições de trabalho. Com o trabalho das equipes de resgate paralisado, entre 60 e 80 denúncias de trabalho escravo estão represadas.
O impacto da paralização é notório e mostra a urgência em medidas que garantam o trabalho das equipes. No primeiro quadrimestre deste ano, apenas 14 pessoas foram resgatadas, número que representa menos de 5% do total de resgatados/as no primeiro quadrimestre de 2023, quando as equipes livraram 374 pessoas do trabalho escravo no estado.
Ao final da atividade foi exibido o documentário Servidão, de Renato Barbieri, que faz a memória dos processos que culminaram na política de combate ao trabalho escravo contemporâneo no Brasil e aborda a persistência da mentalidade escravagista na elite do país. “Abolição já! A outra não valeu.” é frase contundente que encerra o documentário!