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11ª Festa Camponesa de Silvânia reúne 400 pessoas na comunidade Santa Rita

Com o tema “Cerrado das águas, Território de luta”, a Festa Camponesa de 2025 movimentou a cultura local em torno da defesa do bioma e da agroecologia.

Fotos e texto: Marilia da Silva / CPT Goiás

Com o tema “Cerrado das Águas, Território de Luta”, comunidades rurais do município de Silvânia realizaram, no último dia 6 de setembro, a 11ª Festa Camponesa, atividade que reúne famílias camponesas para celebrar a cultura popular, fortalecer vínculos comunitários e refletir sobre os desafios enfrentados no campo. Neste ano, a festa foi sediada pela comunidade Santa Rita do João de Deus, com apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Goiás.

A escolha do tema reflete uma preocupação central das famílias da região: a defesa das águas e do território. O Rio Piracanjuba, principal leito hídrico local, tem sofrido com a baixa vazão e com os impactos da retirada de areia por dragas, comprometendo a vida das comunidades e os ecossistemas do Cerrado.

Memória e animação das lutas

A programação começou às 8h, com café da manhã e acolhida das famílias no Bar Taperão, seguida pela mística de abertura, memória das edições anteriores e a caminhada até o salão da igreja. Lá, o soar do berrante marcou o início do momento festivo, seguido pelas boas-vindas dos Foliões de Silvânia e da equipe de animação, composta por Antônio Baiano, Matheus e Manoel.

O grupo Mulheres Artistas do Cerrado, da CPT, movimentou a festa com a apresentação do Teatro Fórum “Águas secando, vidas morrendo”, que convidou o público a interagir com a cena sobre a escassez de água nos rios devido à apropriação das águas pelo agronegócio.

Ainda durante a manhã, foi realizada a Celebração Eucarística Ecumênica, conduzida por Padre Geraldo, Padre Dário e Reverendo Elias. Ao final da celebração, um representante das comunidades fez a leitura da Carta Manifesto da XI Festa Camponesa, em defesa de profundas mudanças na relação com a terra, e foi aberta oficialmente a Feira Agroecológica das comunidades, que contou com uma mesa de votação e urna do Plebiscito Popular sobre o fim da escala 6×1 e pela taxação dos super-ricos.

Após o almoço, teve início o momento de apresentações culturais das comunidades, com catira, sanfoneiro, poesia e muita música. No encerramento, ocorreu a entrega da cabaça, símbolo da festividade, à comunidade responsável pela próxima edição da Festa, gesto que reafirma a tradição, a coletividade e a continuidade do evento. A 12ª Festa Camponesa será realizada em 2026, na comunidade Boa Vista dos Macacos.

Mais do que uma celebração, a 11ª Festa Camponesa foi um espaço de memória, luta, esperança e reafirmação do compromisso com a preservação do Cerrado e com a construção de um futuro de justiça e solidariedade no campo.

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